Leitão à Bairrada! …e o vencedor foi…
Nãããããããããoooooooooooooo!
O grito dilacerante que demos depois de saber que tinha sido cancelada a viagem à Tailândia em agosto.
Sim, foi tão aflitivo porque já estávamos com a frustrados de ter sido cancelada em abril a viagem a Marrocos (sim, outra vez Marrocos! Nunca são vezes suficientes).
Claro que, no fundo, no fundo, já sabíamos que não haveria grande hipótese de fazer essa viagem, mas a esperança foi a última a morrer.
E agora? e agora? não me digam que e MeXXX do Vírus nos vai obrigar a ficar fechados em casa?? Isso nunca!!!!
Lá nos decidimos que iríamos cá ficar, visitar o nosso lindo país. Agora a pior parte seria escolher o que ver. Ele é todo lindo.
Depois de muito analisar, decidimos visitar o centro do País, porque nos dava uma oportunidade de experimentarmos uma miscelânea de paisagem e sabores, com a vantagem de termos alugado uma casa com condições catitas.
Toda a nossa viagem utilizou a casa como base e fazíamos viagens de 1 dia voltando no fim do dia.
A nossa casa localizava-se na Mealhada, que chatice lá teremos que experimentar todos os restaurantes de Leitão das redondezas… e nós que não gostamos nada. Que sacrifício Meu Deus!
Pensávamos que íamos encontrar menos movimento, mas na realidade os restaurantes estavam muito cheios, com fila para entrar. Menos mal, sempre mexe a economia.
Marcamos com antecedência para garantir as vagas nos restaurantes, menos em um deles, que lá estivemos numa fila interminável.
Fizemos um raide muito completo por várias casas de nome e renome, mais que bem-afamadas e até com” nome próprio” terminando com “dos Leitões”.
Claro que não visitamos todos os restaurantes e tascas da especialidade, mas tivemos uma boa amostra.
Foi interessante verificar que na generalidade os restaurantes têm boa qualidade e não envergonham em nada a Rota da Bairrada.
Propusemo-nos a experimentar para além da qualidade do Leitão, a cabidela de leitão, uma sobremesa local, o frisante e o atendimento.
Esta brincadeira é que não saí muito barata, o Leitão é sempre uma refeição muito cara, mas valeu bem a pena!
Pedi a todos eles se podia ver o Leitão a sair dos seus fornos tradicionais e gravar o processo de elaboração, pois tinha muita curiosidade em conhecer melhor esta receita tradicional da zona.
Na realidade todos recusaram a visita à zona dos fornos, todos menos um.
Na generalidade percebemos que existe muito pouco investimento ao nível das sobremesas tradicionais, apenas dois dos restaurantes tinham algo só da zona – o conhecido “Morgado do Bussaco” – depois de o experimentar nunca mais vou ser a mesma.
O Morgado é feito com uma espécie de panquecas feitas com farinha de noz, recheado e coberto de Ovos Moles! Bem… já viram bem a loucura de sobremesa.
Penso que deviam investir mais nesta área e oferecer doçaria da zona para que se tornasse mais atrativo, por norma os restaurantes têm as normais e aborrecidas sobremesas, como doce da casa, musse de chocolate, gelados, etc. E digo-vos, muitas dessas nem pareciam caseiras.
Quanto aos Leitões estavam todos muitos bons, sem razão de queixa, mas sem dúvida que se nota diferença naqueles que têm matadouro próprio dos que não têm, será um fator a investigarem quando quiserem marcar uma degustação num desses restaurantes.
Os vinhos frisantes ou espumantes da zona, eram muito bons e sinceramente as cartas pareceram-me todas com qualidade.
O atendimento foi com alguma qualidade, se bem que em restaurantes com salas muito grandes, que recebem demasiadas pessoas ao mesmo tempo, deixam de ter um atendimento mais personalizado, perde um bocadinho a essência da experiência.
Assim, e ponderando todas estas questões… no final não tivemos quaisquer dúvidas e o vencedor foi… O Pic-nic dos Leitões.
Motivos da Vitória:
— Casa mais pequena, de gestão familiar e permite um atendimento personalizado, sentimos a experiência como única.
— A carta de vinhos era muito completa, mas é um fator de equilíbrio com os outros.
— Mostraram logo disponibilidade em nos receber, mostrar as instalações e a confeção — nenhum dos outros permitiu.
— Matadouro próprio.
— A higiene no local de confeção dos leitões, a zona de saída dos fornos, estava impecavelmente higienizado, impressionante!
— Perante o nosso interesse falaram-nos da história deste restaurante familiar e tiraram todas as dúvidas, por muito idiotas que parecessem.
— A sobremesa tradicional (Morgado do Bussaco) da zona estava de comer e chorar por mais, sinceramente neste ponto foram os claros vencedores.
— O leitão estava soberbo, pele estaladiça e o molho de pimenta realmente destacava-se.
— A cabidela de Leitão foi a melhor de todos os restaurantes.
E assim foi a nossa aventura de degustação pelos restaurantes da Bairrada, e que aventura, resultado… uns quilitos a mais!!!
- Published in Portugal