Marrocos visto por uma criança
Viajei para Marrocos com os meus pais e com os meus avós. Adorei esta viagem, vou explicar-vos as minhas aventuras.
Há pessoas que visitam Marrocos e dizem: “Eu não gostei de Marrocos”. Eu não concordo com isso, eu acho que é um país interessante e com pessoas muito simpáticas. É muito colorido e tem muita comida.
Tem muitas coisas giras para comprar. Eu adoro comprar coisas e ainda gosto mais quando o preço dá para negociar. Eu ainda não tinha ido para países em que se negocia preços, então fiquei muito entusiasmada. Parece mais fácil do que é, eu achava que era mais fácil, o problema é que eu sou um pouco tímida com pessoas que não conheço, portanto foi um pouco complicado.
O hotel onde ficamos era muito giro e quando saíamos do hotel, todos os dias de manhã, víamos gatinhos muito fofinhos à porta do hotel. Eram tão fofos!!!!!!!!!!!!!!!JJJJ
Todos os dias de manhã íamos beber sumo de laranja. Lá os sumos de laranja eram uma delicia!!!!!!!!!!!!!!!!!! Que bom.
Na praça de Marraquexe joguei um jogo com uma cana de pesca tínhamos que pescar garrafas. Parece fácil, mas não é, não consegui pescar nenhuma.
Em Marraquexe também andei num género de carroça que é muito fixe, chama-se Caleche.
Fomos também a uma praça onde estavam imensas galinhas. Depois disso a minha avó ficou com picadas ou borbulhas, qualquer coisa do género. Nós pensámos que era das pulgas das galinhas, mas depois passaram.
Nós também fomos a uns restaurantes de uma cooperativa de pescadores em Essaouira e os peixes eram deliciosos.
Não se deve comer salada ou beber água da torneira naqueles países, porque não estamos habituados à água da torneira deles só que eu e o meu pai comemos salada, porque nos apetecia muito. Uns dias depois eu e o meu pai adoecemos e tivemos de ir ao hospital. Achamos que foi por causa da salada que comemos.
Lá, fiz umas tatuagens com hena e ficaram lindas. Aquelas tatuagens saem ao fim de uns dias. Nós compramos quilos de hena para fazer em casa, já experimentei e é muito difícil.
Nós fomos também a uma cascata lindíssima, andei de barco e relaxei um pouco.
Eu no início disse que as pessoas eram amigas e são, porque quando era para ir embora, as pessoas que estavam na rua viram-nos com malas e acenaram-nos e despediram-se.
Amei Marrocos pois é um país amigo e colorido, tem coisas interessantes para ver e para fazer.
Autora: Margarida Correia (10 anos)
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Palmilhando por aí … em Mecanhelas
Gosto do nome deste Blog. Palmilhar, percorrer, trilhar. O que é a nossa vida senão isto? É, segundo Santo Agostinho que aqui cito, avançar, é experienciar, é viver.
“Não vês que somos viajantes?
E tu me perguntas:
Que é viajar?
Eu respondo com uma palavra: é avançar!” (Santo Agostinho)
Meditando nesta viagem que tem sido a minha vida, a minha memória está a ser invadida pelo meu palmilhar na minha terra natal, a minha terra do coração – Moçambique. As primeiras memórias levam-me a enormes plantações de algodão, quase a perder de vista no horizonte, da companhia de algodões onde o meu pai era encarregado em Mecanhelas, no norte na província do Niassa. No tempo da colheita, eu e o meu irmão, pequenitos de cinco ou seis anos, embrenhávamo-nos naquela vastidão branca a colher o algodão e com um cestinho levávamos para venda nos enormes armazéns. Lembro as enormes balanças e as paredes altíssimas do armazém cobertas com os sacos carregados de algodão.
Continuando a palmilhar pela minha memória, tenho bem presente, numa saudade que dói fundo, as minhas viagens acompanhando fielmente o meu pai pelo mato fora numa carrinha de caixa aberta. Um dia, junto a um rio onde haviamos parado para refrescar, somos surpreendidos por um búfalo em nossa direção. É evidente que a correria para dentro da viatura foi fantástica. Mas eu estava protegida no colo do meu pai, pelo que não me lembro de ter sentido qualquer tipo de medo, apesar das fortes investidas que o bicho furioso foi fazendo.
Lembro as minhas viagens de bicicleta para a escola que ficava a sete quilómetros de distância e de alguns trambolhões que também dei. Chegada a casa, após uma manhã de escola, a primeira coisa a fazer: tirar os sapatos e andar descalça. Daí, de vez em quando a minha mãe ter de chamar o feiticeiro para me amainar a dor da ferroada do lacrau … de seguida, meninos às costas, pego no pilão e, ao lado das mães desses meninos, toca a pilar o milho para a confeção da chima (farinha de milho ou de arroz cozida em água, para acompanhar o refogado de folhas de mandioca ou de peixe seco) deliciosa que eu e o meu irmão fazíamos questão de comer sentados na esteira e com a mão.
Muitas mais estórias compõem o imenso e rico percurso deste meu palmilhar por aí. Valerá a pena continuar a aparecer por aqui?
Autora: Fernanda Silva
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Algarve no Inverno? Aljezur – entre praia e marisco
O Algarve é Verão! Sim, no verão temos toda a hotelaria e restauração focada em poder satisfazer todas as necessidades dos turistas.
Mas a beleza do Inverno? Estava sem ideias, queria marcar o dia de comemoração da reforma do meu pai, mas o que fazer?
Decidimos finalmente ir almoçar a Aljezur, mas pensamos, no Inverno, perto do Natal, às tantas está tudo fechado.
Por indicação de uma amiga, reservamos um restaurante (marisqueira) mesmo no centro de Aljezur.
Lá fomos nós, mais cedo, para aproveitarmos o bom tempo e dar uma voltinha.
O Algarve no Inverno tem uma luz especial, o sol brilha e reflete nas típicas casas caiadas de branco. Quase ficamos ofuscados.
De carro de Portimão a Aljezur são uns prazerosos 45m com paisagens de fazer inveja.
Chegamos a Aljezur uma hora antes do agendado almoço resolvemos dar uma volta junto à costa, dirigimo-nos à praia.
A mais perto era a praia da Amoreira, apanha a foz do rio. O areal se encontra entre o mar e o rio, simplesmente fantástico. No caminho encontramos pisciculturas e salinas.
Não é daquelas praias características e que servem turismo de massa, mais calma e excelente para passar um dia de praia e rio.
No Verão tem restaurantes e vigilância, o que não acontece no Inverno.
Quando lá chegamos estavam muitos estrangeiros em autocaravanas, a aproveitar o Sol, a ler livros, em amena cavaqueira.
Em volta da praia para os apreciadores, podem aproveitar para fazer um percurso onde se explora tanto a fauna como a flora local, é um ótimo local para observarem as aves no seu habitat. Aqui podem encontrar-se várias espécies como a garça real e guarda rios.
Esta praia pertence ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Chegada a hora, lá nos dirigimos ao Restaurante, já tínhamos lido as criticas do Tripadvisor, umas más, umas boas, bom íamos à aventura…
O restaurante situa-se entre na rua que vai dar Igreja, no lado direito e chama-se cervejaria Mar.
Quando entramos a primeira impressão de decoração foi de um ambiente acolhedor, pensado ao pormenor, tinha muito investimento por parte de quem contruiu a ideia.
Está decorado com vários artefactos que fazem lembrar toda a temática da pesca rustica o que condiz na perfeição com o menu.
Já sentados na mesa reservada (aliás o local é pequeno, mesmo em dezembro as mesas estavam todas reservadas, é impossível lá comer sem marcar).
Como era um dia especial e queríamos experimentar o restaurante fizemos um pedido mais alargado que o habitual para podermos degustar.
Iniciamos com o couvert, que foram dois patés caseiros com pão também caseiro.
Vínhamos com uma vontade enorme de percebes, mas azar, estávamos a 7 e a época do defeso acabava a 15, bolas! Fomos uma semana adiantados.
Então mandamos vir, camarões fritos, lingueirão, bruxinhas, conquilhas e mexilhões.
Estava tudo excelente muito fresco e com uma boa confeção, no ponto de cozedura, e acompanhado de pão fresco e pão torrado na hora.
Já tínhamos desistido de tentar o segundo prato, mas resolvemos experimentar só um, para termos ideia de como cozinhavam, outra coisa sem ser marisco.
Mandamos vir um caril de gambas.
O que posso dizer … apenas o melhor que comi nos últimos tempos. Ficamos com pena de não experimentarmos o arroz de marisco e a cataplana, mas o estomago não permitiu.
A acompanhar existe uma boa carta de vinhos e cerveja artesanal.
O preço é justo para o que comemos.
O algarve é uma ótima alternativa de escapadinha durante o Inverno.
Dica:
Aproveitem o final de novembro e aproveitem para dar também um pulinho ao festival da batata doce.
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15 visitas imperdíveis em Marraquexe
Jemaa El Fna
Esta praça é por si só um espaço imperdível, aliás, ir a Marraquexe sem conhecer este espaço emblemático, é ir, e não conhecer a alma da cidade. É aconselhável que faça esta visita ao entardecer que é quando começa o louco espetáculo cultural.
Mesquita Koutoubia (não é permitida a entrada a não muçulmanos)
Esta situa-se ao lado da praça Jemaa El Fna, e é um dos monumentos mais representativos da cidade de Marraquexe, tem 77 metros de altura e é avistável a 30 km. Em seu redor encontram-se jardins lindíssimos.
A Medina e os Souks
A Medina, ou cidade velha é onde se encontram os mercados mais interessantes da cidade. Esta visita é essencial pois podemos vaguear entre ruas e ruelas onde nos surpreendem as decorações, as portas e o mais autêntico da cidade. Os Souks oferecem de tudo, para além de existir todo o tipo de artesanato, podes ficar apenas a observar os artesãos a fazer artefactos para serem vendidos nas lojas.
Também é muito interessante visitar as farmácias tradicionais.
As Muralhas e os Portões de Marraquexe
A Medina ou cidade velha está rodeada de muralhas com 19 portões de entrada. As muralhas de cor de terra avermelhada, encontram-se quase intactas. É muito interessante fazer o passeio em volta de caleche e apreciar o trabalho dos portões.
Túmulos Saarianos (10 Dirhans)
Encontra-se a menos de 1 km da praça Jemaa El Fna. Este lugar é constituído por mausoléus de vários elementos da dinastia saadiana, estando distribuídos por três salas. Nos jardins estão os túmulos dos guerreiros e serviçais.
Medersa Ben Youssef
É uma madraça ou escola islâmica. Este espaço albergava 900 alunos divididos em 130 dormitórios. Estudavam essencialmente o Corão encontrando-se desativada. É o equivalente ao Seminário para os Católicos.
Podemos ter acesso a todo o espaço, estando dividido entre um pátio central, dormitórios e sala de reza, onde apreciamos vários motivos esculpidos em madeira e lindos jogos de azulejos.
Encontra-se localizada em frente ao Museu de Marraquexe.
Museu de Marraquexe – (60 Dirhans bilhete combinado que dá direito à entrada no museu, madraça e Koubba e as crianças não pagam)
Este museu é um palácio do sec. XIX, situando-se mesmo ao lado da Madraça, e onde se encontram vários espólios de joias, tapeçarias e mobiliário.
No entanto este Museu, apesar de valer a pena a visita, não tem uma explicação histórica suficientemente completa.
Koubba el Badiyin
Esta é uma pequena ruina de arquitetura Almorávida, tendo sido construída em 1127, foi a única encontrada até hoje. O Povo Almorávida foi quem fundou Marraquexe.
Ruinas do Palácio Badii – 20 Dirhans
São as ruinas de um palácio que foi construído para comemorar a batalha de Alcácer – Quibir. Este palácio era grandioso e ricamente decorado, tinha mais de 300 quartos.
Jardins Majorelle – 70 Dirhans e o museu Berbere no interior 30Dirhans
Este jardim botânico, não muito grande, está decorado de uma forma luxuriante e serve para fazer uma pausa refrescante. Foi comprado por Yves Saint Laurent.
As tinturarias –50 Dirham curtição e pintura das peles
As tinturarias em Marraquexe são bem mais pequenas do que em Fez, mas já dá para ter uma pequena ideia do processo do tratamento de peles. Temos que ir preparados mentalmente para o mau cheiro imanado nestas fabricas, mas é-nos fornecido um raminho de hortelã pimenta para suportamos a visita.
La Palmerie – 100 mil palmeiras
A 10 km da cidade existe um palmeiral com 100 mil palmeiras.
Jardins Menara- 30 Dirhans
Estes jardins encontram-se a uma hora a pé da praça Jemaa el Fna. Tem um reservatório enorme de água para irrigar as diferentes variedades de árvores nomeadamente 40 espécies de oliveiras.
Gueliz
É a parte nova da cidade onde se encontra tudo o que se vê numa cidade ocidental, restaurantes modernos, lojas, McDonalds e prédios novos de arquitetura europeia.
Hammam Público
Banhos públicos tradicionalmente de tijolos de lama. Num hamman público, não esquecer os chinelos, toalha, xampô e, luvas para esfoliação.
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